As Festas Juninas estão a começar
E a Sardinha volta a ser rainha
No restaurante vou celebrar
Nesta folia que é tua e minha!

Elas acabaram de chegar

Bibinhas, e com cor de prata,

Frescas e boas para assar

Na restauração vou provar!

Santo António
12/13 de junho

Na noite do santo casamenteiro
Pedir-te-ei a mão e o coração
Vou perder-me de paixão,
Amar e querer-te por inteiro!

São João
23/24 de junho

Na noite de São João
Vou levar-te à restauração
Com fé, amor e devoção
Vou conquistar o teu coração!

São Pedro
28/29 de junho

Para o São Pedro festejar
A sardinha vou salgar,
Ouvi-la na brasa a crepitar
Para depois comer e saborear!

Com a celebração dos santos populares, o mês de junho é sinónimo de festa, alegria e tradição, encantando com o habitual arraial de cores e sabores.

Em Esposende, as festas juninas regressam à restauração local, pretendendo resgatar os momentos mais prazerosos entre familiares e amigos. Na nossa “mesa”, a Sardinha veste prata e a varina transforma-se em rainha. Temperada com sal, espraia-se na brasa, pingando os sucos mais intensos do nosso mar mais profundo. Quando deitada na broa de milho, é como se a terra e o mar se fundissem, deixando um rasto de maré até ao miolo. Mas com ela gingam outros sabores! A batata e a couve-galega são matéria-prima essencial para a feitura do famoso caldo verde; a cebola faz-nos chorar de prazer.

O pimento pinta-se de verde e de vermelho, partilhando a brasa que ainda arde. Com “azeite do bom”, rega-se o paladar, e a cada fio que escorre afinam-se os sentidos. Neste pé de dança, refresca-se o corpo com os vinhos verdes locais cuja leveza e aroma também brindam a atlanticidade da nossa gastronomia. As cervejas artesanais espumam os ingredientes mais puros, embelezando também esta marcha de sabores. Finaliza-se com os doces mais tradicionais e com a fruta mais fresca e saborosa da época. 

Esperamos por ti, porque, afinal, Elas já chegaram, frescas e boas para assar !!!

“Sardinheira”
De rua em rua apressada,
Gingando e batendo o pé,
Vende a sardinha chegada
‘Inda n’aquela maré.

A canastra vem cheiinha
– Que ella é grande e da boa!
De fresca e vivaz sardinha
Que pela rua apregôa. 

De saia curta, enfachada
Pé descalço, e perna ao léu
O lenço ao vento e lavada
A cara que Deus lhe deu.

Fil-a ahi passa a bradar
Ligeira e leve de pé:
– “Sardinha do nosso mar…
Ai que fresquinha que é!…

Álvaro de Villas Boas Pinheiro

Junho em festa na boa mesa de Esposende!